O que é o mal de Alzheimer?
O Alzheimer é um distúrbio cerebral irreversível e progressivo que afeta a memória e as habilidades de pensamento e, em alguns casos, a capacidade de realizar as tarefas consideradas simples. É um processo distinto do envelhecimento cerebral porque o tecido cerebral sofre alterações patológicas, como a deposição de proteínas anormais e a morte celular.
No Brasil, estima-se que 1 milhão de pessoas vivam com demência. A doença afeta principalmente pessoas entre 60 e 90 anos e pode aparecer antes e depois dessa faixa etária, mas com menor frequência. Pode levar de 10 a 15 anos desde o início dos sintomas, como esquecimento, até deficiências mais graves, como marcha limitada e capacidade de deglutição. A doença em si não leva à morte, mas a complicações decorrentes do comprometimento de várias funções.
Quais são as causas de Alzheimer?
A causa da doença de Alzheimer é desconhecida, mas pesquisadores associam o início da doença ao estilo de vida, ambiente social e fatores genéticos. Geralmente, afeta idosos, embora alguns casos tenham sido registrados em adultos mais jovens. Estudos apontam para atrofia cerebral e anormalidades nos tecidos afetados. Um acúmulo de placas danifica as células, enquanto os emaranhados bloqueiam o transporte de nutrientes e outras substâncias necessárias para o funcionamento adequado do cérebro.
O Alzheimer é hereditário?
O Alzheimer não tem um caráter nitidamente genético, com transmissão direta de geração a geração. O que se estima é que haja a transmissão da predisposição para desenvolvê-la, o que, junto a fatores ambientais, poderá ou não desencadeá-la.
Quais são os estágios do mal de Alzheimer?
1 – Inicial ou Leve
A primeira fase da doença é leve, inicia com alguns esquecimentos sutis. É marcada por alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais. Tais mudanças ainda não são suficientes para afetar significativamente a rotina de trabalho ou os relacionamentos.
Amigos, parentes e colegas de trabalho podem encarar essas mudanças como simples consequência da velhice. No entanto, ao notá-las, é importante procurar o médico para fazer uma avaliação e diagnóstico.
2 – Moderada
A segunda etapa do Mal de Alzheimer se manifesta com diferenças de uma pessoa para outra. Ela pode durar de dois a dez anos. Mas os sintomas não passam despercebidos pelos amigos e familiares. Não é por acaso que a maioria do diagnósticos acontece nessa fase, assim como muitos casos de contratação de cuidadores de idosos.
Neste estágio, as dificuldades de linguagem, assim como para realizar tarefas simples e coordenar movimento, são acentuadas. Como as limitações ficam mais graves, os impactos são mais evidentes e começam a dificultar bastante o dia a dia. O acompanhamento médico é indispensável nessa fase. Além disso, recomenda-se o suporte de um acompanhante (cuidador) quando a família não estiver por perto.
3 – Grave
Na fase grave da doença, a pessoa com Alzheimer já é completamente dependente de um cuidador. Ela pode apresentar dificuldades para falar, comer, andar e incontinência urinária e fecal.
Em geral, o paciente já não reconhece parentes, amigos e objetos familiares. Não entende o que acontece ao seu redor e pode manifestar comportamentos inapropriados em público. Aos poucos, pode necessitar de uma cadeira de rodas para se locomover.
4 – Terminal
Na última etapa que o paciente diagnosticado com Alzheimer enfrenta, estão os sintomas avançados e ainda mais graves, quando a doença vai “desligando o corpo”. Neste caso, a pessoa com Alzheimer fica restrita ao leito. Em muitos casos, não consegue se alimentar normalmente pela boca e pode sofrer infecções recorrentes.
A progressão da doença pode variar de pessoa para pessoa e, além disso, é comum apresentar períodos de estabilidade em cada um dos estágios.
Quais são os sintomas do mal de Alzheimer?
Os sintomas do Alzheimer são separados por fases, já que as etapas da doença envolvem quadro clínicos diferentes.
A PRIMEIRA ETAPA, de forma geral, também é quando se apresentam os primeiros sintomas. Nessa fase, o paciente pode demonstrar:
– Comprometimento da memória, até mesmo para atividades que acabaram de acontecer;
– Dificuldade de aprendizado;
– Se perder em locais familiares;
– Dificuldade para tomar decisões;
– Perda de interesse nas atividades que antes eram prazerosas;
– Mudanças de humor;
– Alteração na personalidade;
– Mudanças nas habilidades visuais e espaciais.
Na SEGUNDA FASE do Alzheimer, o paciente:
– Apresenta dificuldade de falar;
– Deixa de conseguir morar sozinho;
– Pode ter alucinações;
– Pode se perder até mesmo dentro de casa;
– Repete constantemente as mesmas perguntas;
– Apresenta agressividade;
– Apresenta problemas de coordenação motora, que acarretam em dificuldades para realizar tarefas simples;
– Apresenta agitação constante.
A TERCEIRA FASE do Alzheimer pode abarcar:
– Incontinência urinária e fecal;
– Dificuldade para se alimentar e engolir;
– Comportamento inapropriado em público;
– Não conseguir entender o que acontece ao seu redor;
– Resistência em cumprir atividades diárias;
– Deficiência motora, inclusive com dificuldade para caminhar e uso de cadeira de rodas.
A QUARTA FASE do Alzheimer é considerada a fase terminal, sendo que nessa etapa o indivíduo pode apresentar:
– Mutismo;
– Não reconhecer familiares, amigos ou objetos conhecidos;
– Restrição de leito por dificuldade completa de movimentos;
– Infecções constantes.
Exames que detectam a doença de Alzheimer
Após consulta médica, geralmente são solicitados exames adicionais para ajudar a determinar a causa dos sintomas. Isso inclui exames de sangue, ressonância magnética ou tomografia computadorizada do crânio. Esses exames são solicitados para que o médico possa descartar outras doenças que possam causar sintomas semelhantes ao mal de Alzheimer. Esses exames também são realizados para que o médico avalie alterações em exames de imagem que sugiram a doença de Alzheimer, como atrofia em regiões específicas do cérebro. Esses testes não são realizados para fazer um diagnóstico; em vez disso, esses testes ajudam a apoiar um diagnóstico.
Técnicas de imagem cerebral comumente usadas incluem:
• Ressonância magnética (MRI). Ele usa ondas de rádio e fortes campos magnéticos para produzir imagens detalhadas do cérebro. Os exames de ressonância magnética são usados principalmente para descartar outras condições. Embora possam mostrar encolhimento do cérebro, as informações atuais não agregam valor significativo ao diagnóstico.
• Tomografia Computadorizada (TC). A tecnologia especializada de raios X produz imagens transversais (fatias) do cérebro. Atualmente, é usado principalmente para descartar tumores, derrames e traumatismo craniano.
• Tomografia por emissão de pósitrons. Durante esta varredura, baixos níveis de marcadores radioativos são injetados no sangue para revelar características específicas do cérebro. Com esse procedimento, os pesquisadores conseguiram identificar corretamente 95% dos casos da doença entre os voluntários.
Quais são os tratamentos de Alzheimer?
Não há cura para a doença, e a maioria dos tratamentos para a doença de Alzheimer destina-se a ajudar os pacientes a viver mais tempo com seus sintomas atuais. Medicamentos para tratar os sintomas de Alzheimer devem ser prescritos por um profissional médico.
O que pode impedir a ocorrência do Alzheimer?
Os especialistas recomendam manter uma dieta saudável, praticar exercícios regularmente de acordo com a idade, evitar tabaco e álcool e tratar e prevenir doenças cardiovasculares, como hipertensão, diabetes e colesterol alto. Essas práticas podem ajudar a prevenir a doença de Alzheimer. Exercitar regularmente o cérebro e testar seus níveis de inteligência com quebra-cabeças também são benéficos. É importante manter o equilíbrio nos laços sociais, familiares e afetivos. A implementação dessa prática não apenas previne a doença de Alzheimer, mas também melhora a saúde mental dos idosos.
SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia)